Um homem entra, sua bota entra, a porta entra no quarto seguida de cadarços militares em estrondo, o fuzil nos meus olhos e daí à mudez absoluta enquanto ele vira e revira minha alma procurando algo e eu espreito, em fascínio, o olho negro da morte a me mirar. Ele se vai.
Corpo, usina de sangue, girando sobre suas máquinas; alimentando-as de ar e combustível, retirando-lhes a fumaça

le sang

azul é o sangue do céu
que cai em córregos e forma o mar
que sobe ao ar e engrossa e dobra
manchas amassadas de mar branco
- Este é meu cãozinho Tempo, o melhor amigo do homem.
a dúvida divide em dívidas
(doidivana dádiva vívida da vida)

vêm as dúvidas, como zumbidos
vocejando em meu entorno e a tudo levantando
lívidas, erínias, mínimas deusas diablitas
a gorgorejar o paz de esprírito

vade-rectum! lhes desinvoco
descobrir-lhes mudas ao simples
descer das pálpebras e
lavar o céu dos olhos
Surge aqui uma figura de cujo batismo eu denuncio
será assim a Etimolaria, e bem-aventurada será.

vocal

     vocação, essa
convocação, essa
  invocação provocante

coreografia

acorda
a cor
do corpo,
o acordo

recorda
a coragem
    corada
da cor

decora
o couro
do coro,
a cura e a
secura
do coração

quero a cara do carinho, o coração e o coracinho
a querida coroa, a cárie coroada, o coringa! curare