Conversar com leo me leva a revisitar aqueloutro andré (e daí marcar-me distinto, mais cínico, mais desiludido...) realmente o que faz o passar dos anos, hoje o mendigo me pediu comida e eu alinhado de passo rápido, ser anarquista não seria diluir-me inteiramente em dádivas? leo fala de dirigir-se às crianças ignorando as hierarquias nucleares, mas omessa essa aposta em infiltrar-se nas grandes torres, perder seu romantismo e se aceitar engrenagem, parte do problema, e tentar fazer o quê que nem sei, inventar sonhos nessa catedral do Estado. Como influir, realmente? canso-me do RJ, mas é uma boa questão o RJ, e lembro lopreato falando d'eu invocar o Brasil todo, como queria, mas sempre subordinado a entender o RJ, sem querer alçar-me a falar de tudo, que seria excessivo. Está bem, mas como influir, realmente? A política oficial, é uma pena afastar-me dela, mas também um alívio? É um caminho distinto, é um caminho que eu talvez inda volte. Mas não agora, agora é falar mal do agronegócio, falar do Brasil e da América Latina, falar grande, que sei eu, ganhar espaço em debates. Conhecer muitas gentes, coordenar e saber fazer isso de letra enquanto estudo coisas. É isso ser anarquista? Surfar posições, com visas a quê? Ah que sei eu, mas também, sem lembrar esses grandes idealismos, não sou inteligível. Sou inteligível, afinal, quem é - os outros parecem muito, com questões muito burocráticas e irrelevantes. Já leo, realmente, será - com sua gaveta infinita, hoje tentei uma aproximação desinteressada, sem tanto idealismo da publicação - eu que solto ideias todas ao vento, e livros não-publicados tenho por falta de edição, já que sei o pós-trabalho - e leo falando de já ter sua estrutura e só ir preenchendo, em uma disputa até sua morte, valha-me. Será possível contorná-lo, será saudável (para mim o esforço, para ele a exposição, para nossa amizade essa tensão agora que estamos num equilíbrio profícuo)?