neste país de Cocanha
comer figos, rasgar a casca seca
enterrar-se na duna de farinha torrada
comê-la, sugar água das rachaduras
do encanamento
Gostosamente, põem as máscaras coloridas, com cornos e focinhos pronunciados, vibra de vermelho, e cada tanto em quê, não se sabe, mas as trocam, a ponto de só terem de referência tais roupas endemoniadas, perdidos os nomes nesta ciranda de faces trocadas.

Eu? sou um sangue
tinta vermelha
tinta vermelho escuro
tinta de carne

uma pilha de cartuchos vazios com restos de tinta
empilhados
vidrinhos de tinta
potinhos plásticos
garrafinhas várias
da tinta que nunca usei

sedimentados num canto do quarto
enterrados na carne
pendendo, juntando

como uma poça d'água escorrega
para dentro da cama