a terra dentro da terra
enterrar o planeta
apagar o sol, fechar o céu
o céu é na boca

a alma do instrumento
todo vaso tem um dentro
desperto,
o fio de palavras rompe a superfícies escorrendo dos gasosos lençóis de sonho como nascente, cortando a paisagem com seu filete:
lembranças encadeadas, se ramificando, empoçando, turbilhonando contidas em grandes barragens e obstáculos ao pensamento...

Se pensar é singrar paisagens, se narrar é percorrer um caminho apontando os acidentes do terreno (suas frestas, seus perigos) para conduzir o viajante -
mas acima de tudo é uma incursão, ainda que conhecedora, cartografando para os outros:
é sempre uma primeira vez:
a jogada de corpo no pensamento.

Ponho-me agora a pegar com os dedos os rastros de outrora: meus próprios rastros.
A bússola que oswalde desenhou me guiou a uma terra incógnita e lá mergulhei, eu me perdi. Mas o segundo momento será já a deglutição de si...