outro dia li dos amortecedores e imaginei
queridos deuses tecendo nossas paixões
conto do homem que chorava
sentava ao nosso lado, as
lágrimas escorregando, sempre
os dias
as manhãs
não güentei -
peguei-lhe um ferro
preguei-lhe a cabeça
várias bordoadas,
e dele não saía mais água mas
de mim
meu peito vazio
em minhas veias só ar
embrulhado em pele de plástico
em minhas veias só ar
embrulhado em pele de plástico
fino plástico de sacola de compras;
tenho aqui um oco que
quase caio dentro de mim
meu peito vazio é como
um estômago
eu mordo,
eu rasgo,
eu mastigo e engulo
para inflar meu balão de sangue
mas ele está furado
a vida escapa
em gotas salgadas
pelo rosto.
mergulho versos neste poço escuro
respingando tinta preta nas brancas mangas de camisa
o poema é o trapo sujo
da minha insignificância
espremida aqui.
tenho aqui um oco que
quase caio dentro de mim
meu peito vazio é como
um estômago
eu mordo,
eu rasgo,
eu mastigo e engulo
para inflar meu balão de sangue
mas ele está furado
a vida escapa
em gotas salgadas
pelo rosto.
mergulho versos neste poço escuro
respingando tinta preta nas brancas mangas de camisa
o poema é o trapo sujo
da minha insignificância
espremida aqui.
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