meu peito vazio
em minhas veias só ar
embrulhado em pele de plástico
fino plástico de sacola de compras;
tenho aqui um oco que
quase caio dentro de mim
meu peito vazio é como
um estômago
eu mordo,
eu rasgo,
eu mastigo e engulo
para inflar meu balão de sangue
mas ele está furado
a vida escapa
em gotas salgadas
pelo rosto.
mergulho versos neste poço escuro
respingando tinta preta nas brancas mangas de camisa
o poema é o trapo sujo
da minha insignificância
espremida aqui.

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