hélio em pézinho apoiado dá seus passos pro lado e quando acho que vai cair, ele se senta espertinho, num domínio completo do engatinhar. é um barrilzinho mesmo, o garoto é um tronco, ele é todo durinho, todo denso, cheio. um saco rijo de vida nascendo e crescendo sem parar. e quando vai pra frente, sem domínio das dimensões direito, só vai pra frente e pode capotar fácil, mas se o chão é macio na cama no tapetinho ou por cima de mim e dela, ele só vai capotando tropeçando e indo sem parar, até seu objetivo. e quando o objetivo sou eu? ele vem com tudo querendo ficar em pé ficar me abraçando se acolhendo em mim.

voltar à altura

deixar o nariz se deixar vibrar quente e o céu ir descendo, o topo do mundo ir descendo sobre mim sobre tudo. como eram aquelas conclusões obre a necessidade de uma filosofia que limitasse o universo ao que sinto? a única filosofia honesta sobre o que posso perceber
só existe o agora e o imediato, só existo pelo meu corpo
toda apreensão da existência que se imagina ultrapassar isto, na verdade ainda está presa nisto. quando imagino o mundo estou me imaginando maior ainda, estou imaginando na verdade ser imenso e ter o mundo à minha frente, esse modelo. recusar a capacidade de me imaginar escalas maiores ou menores: é o modelo. preciso lembrar que o mundo é o imenso (imensurável) que se estende pelos horizontes, e tentar apreendê-lo passa muito mais por lembrar o que está atrás dessas paredes, o que está abaixo desse chão de apartamento, me situar novamente dentro do mapa escala 1 pra 1... aqueles exercícios...
porque subir numa montanha e ver grandes distâncias, é vê-las mesmo. dá a ilusão de sermos imensos como a montanha 
volto à questão da altura, como a dimensão sagrada que foi escondida. subir, descer.