era leve,
uma janela esquecida aberta, cheia do calor da manhã e, um sopro fino entrava carregado dos mumúrios dos carros correndo, como ondas batendo,, as cortinas vacilantes roçavam o assoalho carinhosamente, varrendo pó de lá para cá e, nossas pálpebras indecisas, dia novo e luzes elétricas deixadas acesas, pratos do jantar esfriavam na mesa, sempre
os dedos pousados mais pareciam passageiros do gesto contínuo como o vento lavando carícias das folhas das árvores, coçando calmo torsos e faces, sem pressa
um suspiro subia, e descia, como discos rodando, os vinis chiando sob agulha mas sem música, só: o silêncio cheio
em dois minutos ela, leve como , e certeira,
permitira às suas mãos beijar o branco, e amá-lo, o branco silente

fora ela ou sua voz, tão leve

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