talvez aquilo que irrita tanto a possibilidade de entender o que se passa aqui, agora,
seja de que muito penso nas canetas;
canetas as grandes máquinas de poesia da vida moderna,
e elas querem ficar tontas no papel, deixando rastros quaisquer em seu passo embriagado,
e todos os leitores não sejam mais do que isso: ficam apreciando os resíduos de uma grande bebedeira.

imagino tão fácil, as canetas voltando de suas noitadas e encontrando a manada de corvos a medir e calcular suas letras borbotoadas pelo caminho; e ela urgindo: não não, deixem disso! vamos beber; ora se derramei bebida por todo lado, então deve ter o suficiente pra continuar a festa nalgum canto destes, e beberemos essas gotas felizes!

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