havia poemas no guardanapo
ingenuinhos,
borrados, errados e finos,
todos embrulhadinhos.

havia rimas e injúrias
de que todos gostariam
mas hoje não, não.
(hoje, é só azul)

tenho mil poemas, mais de mil
rabiscos em lenços e guardanapo
esquecidos dobrados, largados
atrás da orelha ou do cartão.

mas quando finalmente
vem a hora mais bonita
de sacá-los, rápido,
e limpar lábios de meninas,

tudo voou.

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