a escrita tem borracha demais,
queria máquinas de escrever
canetas tinteiro (sonho platônico, jamais lhes provei)
olhar um poema ver versos cortados, rimas apagadas refeitas
apagadas refeitas
uma grande estrofe de indecisão, toda suja,
as fibras do branco aparecendo, vincos, manchas empenadas

ver o processo nas palavras
um poema honesto
sem esse limpa-tipos infinitamente implacável
que é passar a limpo
(não quero às limpezas!)

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