alar-se sem cair no anjo

quando me nascerem asas como
mãos de pássaro
me envolvendo meu
e subindo
duas profundas mãos se me saindo
costas afora
como expelir o demônio-anjo por trás
da nuca dos ombros do
ponto cego completo, de mim: é dali
que sobe esta leveza poderosa
imperial de
cabelos soltos bonitos ao vento
e cá dentro o alívio sustentado
suspendido
encontrar meu elemento ar não por olhos luz e desejo
mas pelo não ver só soltar-me deixar-me acreditar-me ser-me sem segurar-me confiar-me em mim
quase aquela brincadeira de se deixar cair e o outro tem de segurar que é pra sentir que confia.

"já tínhamos o anjo! era meu corpo alado"

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