reduzir-me
ao simples amor ao sol
e à pele e plantas
uma muda
em meio à ruína do mundo
rachando, desmoronando
é talvez a saída, o último
bastião que resta
(ou nem resta)
baixar a bola
expandir-me nesse pequeno amor...
é prescindir da ambição
que nos preenche o fundo
o céu da alma
(como tem um céu da boca)
de virar a onda
de reverter, de
instaurar
o grande corpo de amor do mundo.
e oscilamos, nessa ambição
e nessa contenção
esperando poder fluir, escorrer
canalizar-nos sem fugir
mas sem carregar o nada nas costas
sonhando a tomada das ruas
sonhando o sol
por toda a pele do chão
primavera
(meu casaco encostado)

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