mas, será
este grande arroto do tudo
trancado em estreita garganta,
tosse, tosse
queria descascá-lo, em fatias
(como a maçã engolida há dias
entalada na metade do caminho
saiu com uma pá, afiada
cravada fundo na goela aberta)
os pulsos dormentes
pulsando, inertes
sob a fúria fria de tantos tumores familiares
humores familiares
quase afagam por dentro, cosquinha -
ébrio, mas faltam tesouras
que rasgar pêlos e cabelos
furar a grossa bolha de pele morta e
ossadas de mentiras velhas
presas entre a gengiva e o dente
tosse, tosse
pulsos medrosos, bananas
jamais levantam um dedo sequer
para puxar fora
o sangue coagulado
a ramela dos olhos
o cuspe no canto dos lábios
os cabelos, embolados, na boca do ralo.

a maçã
faz falta

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