ah, que mundo o quê!
minha tara é por algo de muito mais rápido
muito muito passageiro e de que nem se falam muito
aquela sensação assim-assado, aquele removimento:
imagine um voyeurismo apenas dos gestos de limpar os pés nas portas
a fixação pelas relações entre tossidas e timbres de voz
estudos maníacos das palavras entre-resmungadas pelas cozinheiras de boteco;
o meu talvez seja um tanto mais longe e vazio,
porque eu talvez esteja só me coçando, mecanicamente
e nem realmente ligue a nada disso: espreguiçando.
gosto de saber tantos músculos se contorcem nas carnes
quando as meninas e os meninos se fazem de bobos ingênuos
e, por uma simpatia qualquer, um sortilégio infantil,
ganham ganas de se esticar em prosa gostosa
porque sozinhos se expandam tão grandes
que já outro dia esbarram uns nos outros
e se gritam "ei sai daqui!" "ei isso era meu, devolve"
todo o palavreado de simples esvaziar a alma dumas coisas tão incômodas que se nos alimentam
os bebês precisavam de tapinhas nas costas para arrotar
as crianças saem fazendo campeonatos dessas besteiras
eu gosto é de saber como os outros põem para fora esta espécie de dor-de-barriga metafísica e preguiçosa

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