agarrar o dia pelos cabelos
e gritar-lhe em face:
eu te amo! e estou vivo
vivo como um câncer
a te roubar os doces suspiros
e a sangrar-te - e eu só vivo
é do doce néctar que derramas
quando mordo e cuspo:
sou humano,
imponho-me eterno, impossível
carne poluidora de rios
sanguessuga das almas do mundo;
quando choro,
é porque a sua dor
de traído
de falsário, vingativo
dói em mim.
eu jamais doí,
eu jamais me arrependi:
sou eterno servente dos meus desígnios
dia: anjo solene dos meus pesadelos
amazonas puro, cativas-me pela ordem
imperas em ser a mágoa mais querida do panteão.

2 comentários:

maria alice vergueiro disse...

nossa e voce nem bebeu hoje pra ter tenta alegria....

.luísa pollo disse...

não existe isso de jamais se arrepender!